O câncer de pele no couro cabeludo é uma condição frequentemente subdiagnosticada, justamente porque essa região costuma ficar coberta pelos fios. Mesmo assim, trata-se de uma das áreas mais suscetíveis aos efeitos nocivos da radiação solar, especialmente em pessoas com cabelos ralos, entradas aparentes, fios finos ou couro cabeludo sensível.
Durante o Dezembro Laranja, campanha nacional de conscientização sobre câncer de pele, reforça-se a importância de olhar com atenção para todo o corpo, incluindo as áreas que nem sempre conseguimos observar sozinhos. Isso vale especialmente para o couro cabeludo, onde lesões podem passar despercebidas e evoluir silenciosamente.
Neste artigo, você entenderá os principais sinais de alerta, fatores de risco e formas de prevenção, além de saber quando é o momento de procurar avaliação com um especialista em cabeça e pescoço.
Câncer de pele no couro cabeludo: por que essa região merece atenção especial?
O câncer de pele no couro cabeludo costuma ser negligenciado porque o cabelo cria a ilusão de proteção total contra os raios solares. Porém, a exposição constante, especialmente em pessoas que passam muito tempo ao ar livre, favorece o surgimento de lesões que, quando não vistas, podem crescer rapidamente.
O couro cabeludo apresenta algumas particularidades:
- A dificuldade de observar a região diariamente.
- A possibilidade de lesões pequenas se esconderem entre os fios.
- O risco maior para pessoas com calvície, entradas, fios muito finos ou cicatrizes antigas.
- Maior chance de sangramento e irritação com o atrito do pente, escova ou boné.
Entre os tumores mais comuns nessa área estão o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular, que representam a maioria dos casos de câncer de pele no Brasil. Em alguns casos, pode surgir também o melanoma, um tipo mais agressivo e que demanda diagnóstico precoce.
Por isso, identificar mudanças no couro cabeludo é uma medida essencial de saúde e prevenção.
Sinais de alerta: como identificar lesões suspeitas no couro cabeludo
O ideal é que o couro cabeludo seja examinado regularmente durante o banho, ao pentear o cabelo ou em consultas de rotina. Quando possível, vale pedir para um familiar auxiliar na observação de áreas difíceis.
Fique atento a:
- Feridas que não cicatrizam.
- Carocinhos que crescem ao longo das semanas.
- Manchas escuras ou irregulares.
- Regiões avermelhadas, descamativas ou sensíveis ao toque.
- Áreas que sangram ao pentear o cabelo.
- Mudanças de cor, formato ou bordas em pintas pré-existentes.
Esses sinais podem indicar lesões pré-cancerosas ou câncer de pele no couro cabeludo. Quanto mais cedo forem avaliadas, maiores são as chances de um tratamento simples e eficaz.
A regra do ABCDE: ferramenta prática para identificar riscos
A regra do ABCDE é amplamente usada para reconhecer lesões suspeitas — especialmente quando falamos de melanoma, mas também ajuda a avaliar sinais suspeitos em outras lesões.
Ela deve ser aplicada sempre que você notar algo diferente no couro cabeludo ou em qualquer parte do corpo:
A – Assimetria: um lado diferente do outro.
B – Bordas irregulares: recortes, falhas ou contornos assimétricos.
C – Cor variável: tonalidades diferentes na mesma lesão.
D – Diâmetro: maior que 6 mm (mas lesões menores também merecem atenção).
E – Evolução: mudança rápida de tamanho, formato ou cor.
Se uma pinta segue algum desses critérios, procure avaliação especializada.
(Fonte: Campanha Dezembro Laranja — Venceremos Juntos)
Fatores de risco
Alguns aspectos aumentam significativamente a probabilidade de desenvolver câncer de pele nessa região:
- Exposição solar intensa e prolongada, especialmente sem proteção.
- Histórico de queimaduras solares frequentes na juventude.
- Calvície, entradas e fios ralos.
- Pele clara, sardas e sensibilidade ao sol.
- Histórico familiar de câncer de pele.
- Imunossupressão.
- Idade acima de 50 anos, faixa etária predominante em diagnósticos.
- Profissões ao ar livre: agricultores, trabalhadores da construção civil, entregadores, esportistas etc.
Entender esses fatores ajuda a reforçar a importância da prevenção e da observação regular.
Formas de prevenção
O couro cabeludo exige proteção diária e não apenas quando vamos à praia ou piscina.
Algumas medidas simples ajudam muito:
1. Use protetor solar próprio para o couro cabeludo
Existem versões em spray e textura leve que não deixam o cabelo oleoso.
2. Utilize chapéu, boné ou viseira
Especialmente em atividades ao ar livre.
3. Evite exposição solar nos horários de maior incidência
Entre 10h e 16h.
4. Observe o couro cabeludo regularmente
Inclua esse hábito no seu cuidado com a pele.
5. Consulte um especialista diante de qualquer mudança
A avaliação precoce é o principal fator que muda o desfecho clínico.
Tratamento: quando procurar um cirurgião de cabeça e pescoço?
Quando uma lesão suspeita é identificada no couro cabeludo, a avaliação com um cirurgião de cabeça e pescoço é fundamental.
Esse especialista atua no diagnóstico e no tratamento de tumores cutâneos nessas regiões, realizando desde procedimentos simples até cirurgias oncológicas mais complexas, quando necessário.
O diagnóstico precoce permite cirurgias menores, preservação estética e maior segurança no tratamento.
Observar o couro cabeludo faz parte do cuidado integral com a saúde. Mesmo sendo uma área menos visível, ela merece atenção, especialmente diante de manchas, feridas e pintas que mudam rapidamente. A prevenção é simples, acessível e pode literalmente salvar vidas.
Se você notou alguma alteração ou tem fatores de risco, uma avaliação especializada pode fazer toda a diferença.
Agende sua consulta com o Dr. Cristiano Budin e cuide da sua saúde com segurança e acolhimento.


