A amigdalite recorrente é um problema que afeta milhões de pessoas, causando dores intensas na garganta, febre, dificuldade para engolir e, muitas vezes, impactando significativamente a qualidade de vida.
Embora o tratamento clínico com antibióticos seja a primeira linha de defesa, chega um momento em que a recorrência das crises e suas complicações levam à questão: quando a cirurgia se torna a melhor opção?
Este artigo explora as situações em que a amigdalectomia (cirurgia de remoção das amígdalas) é indicada e os benefícios que ela pode trazer.
Entendendo a amigdalite recorrente: Mais que uma simples dor de garganta
A amigdalite recorrente é caracterizada por infecções frequentes das amígdalas, estruturas linfoides localizadas na garganta que fazem parte do sistema de defesa do corpo. Quando essas estruturas, ao invés de proteger, tornam-se um foco constante de infecção bacteriana ou viral, o quadro se torna crônico.
Os sintomas vão além da dor de garganta, podendo incluir halitose, inchaço dos gânglios do pescoço, febre alta e mal-estar geral. Além do desconforto, a recorrência dessas infecções pode levar a abscesso peritonsilar (acúmulo de pus atrás da amígdala) e, em casos mais raros, a complicações sistêmicas. Para saber mais sobre como a saúde da garganta impacta a respiração.
Critérios para a indicação cirúrgica na amigdalite recorrente
A decisão de realizar uma cirurgia para tratar a amigdalite recorrente não é tomada levianamente e se baseia em critérios bem estabelecidos por otorrinos.
Geralmente, a amigdalectomia é considerada quando o paciente apresenta:
- Frequência: Quatro ou mais episódios de amigdalite em um ano.
- Complicações: Abscessos peritonsilares recorrentes, amigdalite que causa apneia do sono ou outras dificuldades respiratórias, convulsões febris, ou amigdalite que não responde ao tratamento com antibióticos.
- Impacto na qualidade de vida: Crises frequentes que interferem nas atividades diárias, escolares ou profissionais.
Somente uma avaliação com um especialista pode determinar se o seu caso se encaixa nos critérios para a amigdalectomia.
A amigdalectomia: Benefícios e recuperação
Embora a recuperação possa envolver algum desconforto e dor na garganta nos primeiros dias, os benefícios a longo prazo são inúmeros. Pacientes que se submetem à cirurgia geralmente experimentam uma drástica redução na frequência de infecções, melhor qualidade de sono (especialmente se a amigdalite estava ligada à apneia), melhora da respiração e da deglutição, e uma melhora geral na qualidade de vida. Segundo a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), a amigdalectomia é uma das cirurgias mais comuns em crianças, mas também benéfica para adultos com problemas recorrentes.
Se as crises de amigdalite recorrente estão afetando sua saúde e bem-estar, não hesite em buscar ajuda. Um especialista pode avaliar seu caso individualmente e orientar sobre a melhor abordagem de tratamento, seja ela clínica ou cirúrgica.
